Tendências de tecnologia no foodservice – com a Smart Kitchen

A tecnologia chegou para ficar nas cozinhas industriais. A Smart Kitchen, que traz essa inteligência até no nome, tem fornecido soluções para os principais fabricantes de equipamentos de foodservice no mercado brasileiro. Conversamos com Fernando Rios, diretor executivo da Smart Kitchen para saber quais são as principais tecnologias sendo aplicadas no momento e para onde aponta o caminho da inovação tecnológica no foodservice. 

Como a Smart Kitchen busca se diferenciar no mercado por meio da tecnologia?

Oferecemos tecnologia e também a consultoria sobre como implantá-la da melhor forma. Por exemplo, estamos desenvolvendo um speedoven para um cliente. O que ele faz, na verdade, é me passar uma lista de peças com descritivo e especificações. Então eu encontro os fornecedores para produzir e trazer para ele essa tecnologia. Nós fornecemos o know-how que o cliente não tem. Entendemos quais serão as peças que vão se conectar para formar a solução que ele precisa. A Smart Kitchen faz esse trabalho de pesquisa e desenvolvimento. Fazemos esse estudo sobre cada peça, como vão “casar” umas com as outras, para montar um pacote de solução para o equipamento. Esse é o nosso diferencial no mercado. 

A gente tem uma biblioteca 3D das peças que a gente fornece aos nossos clientes. Então se o cliente vai desenvolver um fogão ele não precisa desenhar as peças, a gente já manda tudo para ele, então ele ganha muito mais tempo no trabalho da engenharia, e também do projeto, uma vez que a gente já seleciona apenas aquilo que ele vai precisar para montar o protótipo do equipamento, então são tantos os benefícios de trabalhar com a gente que não faz sentido ele trabalhar com outra empresa ou outro fornecedor, inclusive os nossos clientes que trabalham com a gente com recorrência, não trocam de fornecedor porque toda vez que eles precisam desenvolver alguma coisa ou eles estão com alguma dificuldade, a gente traz know-how para eles e traçamos o caminho certo para cada aplicação, utilizando aquilo que a faz mais sentido pro posicionamento dele perante o mercado e também faz sentido pro cliente dele.

Como esse trabalho começou? 

A Smart Kitchen está há 10 anos no mercado. Quando eu entrei na indústria de cozinha profissional, o mercado brasileiro estava há 30 anos de distância das marcas americanas e europeias em relação aos equipamentos que tínhamos disponíveis nesses mercados e no Brasil. Depois que eu comecei a fazer esse trabalho de fomentar e trazer tecnologia, temos clientes nossos exportando para os Estados Unidos e outros países da Europa e do mundo. 

A Smart Kitchen ajuda os clientes a expandirem os negócios para o exterior? Como funciona isso?

Nós ajudamos os fabricantes de equipamento de cozinha que querem fazer uma certificação internacional para começar a vender fora do Brasil. Nós fornecemos os certificados das peças críticas, e soluções que oferecemos, dizemos quais são os tipos de certificações que os fabricantes têm que tirar para mandar o produto lá para fora, e qual é a documentação necessária. Damos esse suporte. Assim o fabricante não fica com a dependência das intempéries da economia brasileira. É possível ter parte do faturamento sendo feito fora do Brasil. 

Um dos critérios que nós usamos para escolher os nossos fornecedores é ter certificado dos componentes que precisam de certificação para serem aplicados nos produtos dos nossos clientes. As válvulas, por exemplo, têm que ter certificação porque envolvem segurança e são componentes críticos. A maior parte dos nossos componentes são europeus ou americanos, então isso também é outro diferencial. Isso faz com que o equipamento ganhe mais robustez e não tenha problema durante o período de garantia.

Os equipamentos que vocês montam são então ultra personalizados para necessidade de cada cliente?

Isso. Nossos clientes são fabricantes de equipamentos para os restaurantes. Por exemplo, Relux, Tramontina, Prática, Macom, Cozil, FastInox, Alfatec. Para o consumidor final, oferecemos a possibilidade de compra de peças para manutenção. É mais fácil ele entrar no nosso e-commerce e comprar as peças originais desses fabricantes. Então, o fabricante que trabalhar conosco vai ter peça de reposição no mercado quando o cliente for atrás e isso traz mais segurança ao cliente final. 

Criamos o e-commerce por causa da pandemia e temos distribuidores de peças também. Eles vendem peças de equipamentos de cocção, refrigeração, mobiliário e expositores. Eles compram as nossas peças para socorrer o cliente do restaurante na hora que ele precisar. Na hora da emergência, o cliente pode ligar para um lojista aqui no Brás em São Paulo, a Gasmetal (Beco), por exemplo, correr lá e já ter a peça disponível. Eles tem peças originais para todos os equipamentos porque nós fornecemos para eles o mesmo componente do fabricante. 

Como é o trabalho de vocês junto com uma empresa como o StudioIno? Como vocês trabalham juntos na pesquisa e desenvolvimento? 

Normalmente, o cliente nos procura, ele precisa desenvolver a engenharia. O StudioIno está focado no design, na forma como o cliente vai usar o equipamento, quais necessidades devem ser atendidas, o mercado, enfim, o Design Thinking. Toda parte de design de produto o StudioIno faz. Aí, quando precisa da engenharia de produto, trabalhamos juntos. 

Tem alguma novidade de produto ou de solução da Smart Kitchen que a gente possa divulgar agora?

Temos as novas soluções para a fritadeira, o forno de pizza e o fogão. Tem uma linha nova para a qual estamos desenvolvendo manípulos metálicos. Percebemos, no mercado, a necessidade de trabalhar com um material mais robusto. 

E do ponto de vista da tecnologia, qual é a principal novidade que a Smart Kitchen vai apresentar ao mercado? 

São os sistemas eletrônicos de aquecimento premix. Ele faz uma mistura do gás com oxigênio usando um queimador especial, mais econômico do que os de fogão, chapa, etc. que são do sistema atmosférico. No modelo atmosférico jogamos o gás em uma pressão baixa através de um injetor em um tubo que conduz o gás até o queimador e ele ascende. O premix não tem essa parte, já conecta o gás por uma ventoinha direto no queimador. O queimador também é um pouco diferente. A vantagem em relação ao sistema normal atmosférico é que no sistema premix, é possível gerar a mesma potência com até 35% menos gás. Esse sistema é utilizado principalmente em fritadeiras, fornos de esteira, forno de pizza, forno de panificação, caldeirões, e também em lareiras. Estamos desenvolvendo placas eletrônicas para que, por um sistema digital, seja possível controlar tudo até pelo celular. 

Outra novidade é o sistema touch screen para os equipamentos. Estamos trazendo a cozinha 4.0 para o Brasil! Com essa tecnologia, consigo automatizar o sistema da fritadeira e consigo fazer o equipamento se comunicar com meu celular. E fazer toda a programação de receitas, sem eu nem estar presente. 

Já está no mercado?

Ainda não. Estamos fazendo alguns ajustes, pois temos uma linha muito grande de produtos. Então o que a gente está tentando fazer é ter 2 ou no máximo três tipos de placas. Elas placas atenderiam desde um forno combinado, que é o mais complexo, até um forno comum.

Estamos terminando de desenvolver o sistema que a gente chama de Smart, com internet das coisas ou como chamamos o IOK (Internet of Kitchens) para a integração entre os equipamentos. Vamos usar um exemplo em que o fabricante tem fatiador de legumes e fritadeiras. Seria possível colocar uma batata crua no fatiador e a máquina, sozinha, já acionaria esse sistema.  Ela detecta a batata, fatia e já coloca o produto no cesto de fritura. Então a fritadeira seria acionada e depois do tempo certo, tiraria a batata frita para servir. Com essas placas, a ideia é dar essa possibilidade de as máquinas conversarem uma com as outras. Dessa forma, teríamos um ecossistema que funciona sozinho.

Como o mercado brasileiro recebe a inovação e a utilização de tecnologia no food service?

No Brasil, que eu saiba, só a Smart Kitchen trabalha dessa forma. Temos as empresas de robótica tradicional que são parceiras nossas. A tecnologia já está muito viável. Alguns anos atrás, um robô custava R$ 500 mil ou R$ 1 milhão. Hoje, existem robôs por R$ 140 mil. 

Agora, temos também a inteligência artificial. O desenvolvimento dos softwares sempre anda mais rápido do que o dos hardwares, porque para o software você não precisa de uma fábrica com materiais físicos. Como os custos estão diminuindo, acho que esse processo vai se acelerar. Estamos vendo um ganho em escala. 

Quando foram lançadas, as impressoras 3D custavam R$ 1 milhão ou R$ 2 milhões. Fui em uma feira recentemente e vi uma impressora 3D profissional por R$ 5 ou R$ 6 mil. É o mesmo que aconteceu com as impressoras HP que temos em casa. Hoje elas são muito baratas, o que é caro são os cartuchos. O mesmo vai acontecer com as impressoras 3D, elas vão ficar mais acessíveis e o fabricante vai garantir um faturamento muito maior no consumível, na reposição dos cartuchos. 

Na área técnica, já vi essas transformações acontecerem em outros setores, desde que comecei a trabalhar, com 14 anos. Elas acontecem em setores que estão mais à frente, como o automotivo. Lá nos anos 70 e 80, essa indústria já investia em robótica por entender que ia chegar um momento que não existiria mais mão de obra disponível. 

Agora, a bola da vez é a indústria da gastronomia. Vamos chegar ao ponto de termos robôs em casa para cozinhar e fazer um monte de coisas. Os “cobots” são a próxima geração de robôs, chamados robôs colaborativos. Eles têm sensores para ver o que está ao redor e não esbarrar em nada. Já vi um robô desses, pequenininho, mas padrão Industrial, por R$ 30 mil.

Vejo esse caminho da robótica e da automação vindo muito forte. É um caminho sem volta. Estamos posicionando a Smart Kitchen à frente de todo mundo, já desenvolvemos a tecnologia e já sabemos como funciona. Quando virar a onda, vamos estar na crista.

Sobre a Smart Kitchen:

A Smart Kitchen é uma empresa focada na busca e criação de soluções para fabricantes de equipamentos para cozinhas profissionais, atuantes no segmento industrial de Food Service. Produz componentes para os maiores fabricantes do mercado. A Smart Kitchen faz parte do Grupo VSK, com empresas especialistas em soluções para o setor industrial.

Sobre o StudioIno:

O StudioIno é especializado em projetos de arquitetura e design para estabelecimentos de alimentação coletiva como restaurantes, hotéis e cafeterias. Os sócios-fundadores do estúdio acumulam décadas de experiência no setor e são membros profissionais da Sociedade Internacional de Consultores de Foodservice (FCSI, na sigla em inglês). Entre as vantagens oferecidas aos clientes do StudioIno estão: custos de implantação reduzidos pelo uso eficiente dos espaços; economia na compra de equipamentos e suprimentos; sustentabilidade e economia contínua de recursos como água e energia; bem-estar dos funcionários; e a garantia de que o projeto tem as melhores soluções possível para as necessidades do negócio. Os clientes do StudioIno têm o acompanhamento de profissionais independentes e que utilizam as melhores práticas e tendências do setor.

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